EUA observam sem ação a escalada da guerra de Israel.
- Aleson Oliveira
- 1 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Casa Branca pede desescalada na região, mas Benjamin Netanyahu ignora apelos de seu principal aliado militar.
A esperada incursão terrestre de Israel no Líbano impõe aos EUA uma nova realidade estratégica após um ano de guerra — os outrora poderosos americanos são impotentes para controlar seu aliado ou influenciar outros grandes beligerantes em uma crise regional que piora rapidamente.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lançou na segunda-feira (30) a próxima etapa de seu ataque contra o Hezbollah com o que as Forças de Defesa de Israel chamaram de “operação terrestre limitada” no Líbano — apesar de semanas de pedidos de Washington por contenção e pedidos familiares (e rejeitados) de redução da tensão.
Isso ocorreu poucas horas depois que o presidente Joe Biden disse “deveríamos ter um cessar-fogo agora”, quando questionado sobre o que sabia sobre os ataques anteriores das forças especiais israelenses no sul do Líbano. “Estou confortável com eles parando”, disse o presidente.
Seus comentários apenas ressaltaram o abismo entre os governos dos EUA e de Israel em um dia em que Netanyahu disse aos iranianos em uma transmissão: “Não há lugar no Oriente Médio que Israel não possa alcançar”.
A desconexão está aumentando, pois coincide com a reta final de uma eleição americana recheada de suspense. O espaço de manobra de Biden é limitado se ele quiser evitar exacerbar o impacto político doméstico da guerra no Oriente Médio — um fator que Netanyahu, um veterano na política dos EUA, certamente entende. A indicada democrata, a vice-presidente Kamala Harris, manteve-se em grande parte na linha do governo — apesar de comentários anteriores que sugeriram que ela poderia adotar uma postura retórica um pouco mais dura em relação a Netanyahu, ao mesmo tempo em que enfatizava a situação dos civis palestinos.
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